sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vera Lynn

Durante a Segunda Guerra Mundial, vários artistas desempenharam importante papel na motivação dos soldados norte-americanos. Atrizes de cinema, cantoras, humoristas e toda sorte de artista emprestaram seus talentos em apresentações em meio ao flagelo da guerra. Jovens soldados afastados do convívio de suas famílias e do cotidiano de suas vidas encontravam nessas apresentações um momento de prazer e nostalgia, revigorando suas energias para os combates em campo inimigo. Dentre essas personalidades, trago hoje Vera Lynn. Nascida Vera Margaret Welch em 20 de março de 1917, Vera Lynn foi uma vedete dos pracinhas durante a Segunda Guerra Mundial; cantora, atriz e compositora, destacou-se neste período, com suas apresentações.

Nos anos sombrios da guerra visitou o Egito, Índia e Birmânia fazendo shows ao ar livre levando as tropas aliadas ao delírio com sua beleza e talento. Algumas canções marcaram de forma efusiva essa sua parceria com os soldados, entre elas The Forces' Sweetheart, We'll Meet Again, The White Cliffs of Dover e There'll Always Be an England. Ao final da guerra manteve a sua popularidade participando de shows e programas no rádio e na televisão do Reino Unido e EUA, gravando sucessos como Auf Wiederseh'n Sweetheart e "My Son, My Son".

Natural de East Ham, começou a carreira artística aos sete anos de idade com pequenas apresentações públicas e adotou o nome de solteira de sua avó como seu pseudônimo artístico (Lynn). Em 1935 fez a sua estreia na rádio com a orquestra de Joe Loss e no ano seguinte, lançou seu primeiro disco solo "Up the Wooden Hill to Bedfordshire" pela gravadora Crown. Permaneceu na companhia de Joe Loss até 1937 quando passou a trabalhar com Bert Ambrose. Em 1939, durante a Phoney War, primórdias da Segunda Guerra Mundial, Vera foi nomeada pelos soldados britânicos por Sweetheart, a favorita entre os militares. Em 1941, já com a Guerra em andamento, estreou seu próprio programa de rádio Sincerely Yours, no qual enviava mensagens para as tropas britânicas. Dois anos depois, participou do filme We'll Meet Again que contava a história de uma bailarina durante a guerra. Após a guerra, Lynn foi a primeira atriz britânica a constar no topo das paradas musicais norte-americanas permanecendo nesta posição por cerca de nove semanas.

Participou regularmente do programa de rádio The Big Show ao lado de Tallulah Bankhead. Por duas vezes, respectivamente em 1957 e 1979 foi a esrela do programa da BBC Television Theatre: This Is Your Life; conduzindo a partir de 1960 um programa de variedades todo seu. Em virtude de seus trabalhos humanitários recebeu ao longo dos anos várias condecorações e títulos do Império Britânico. Em 2009 aos 92 anos de idade, tornou-se a artista mais velha do mundo a ocupar o primeiro lugar na parada britânica de sucessos. Ao longo da vida dedicou grande parte do seu tempo a trabalhos de caridade voltados para ex-militares, crianças deficientes e engajamento na luta contra o câncer de mama.

Ainda hoje, é mantida com carinho no coração de cada veterano da Segunda Guerra Mundial. Casou-se com Harry Lewis em 1941, com o qual permaneceu até sua morte em 1999. O casal teve uma filha a qual deram o nome de Virgínia Penelope Anne Lewis. Dentre seus trabalhos cinematográficos, destaque para Rhythm Serenade, One Exciting Night e Venus fra Vesto. O reconhecimento e carinho por toda a sua obra recebeu uma merecida homenagem através do grupo Pink Floyd com a canção Vera do álbum The Wall. Atualmente, aos 94 anos de idade, vive na Inglaterra cercada por seus eternos fãs. Para quem não conhece o trabalho de Vera Lynn deixo aqui uma pequena oportunidade para quem quiser conhecer: When I Grow too Old to Dream, The White cliffs of Dover e It Hurts To Say Goodbye.

15 comentários:

Iza disse...

A história dela é muito interessante. A música When I Grow too Old to Dream eu já conhecia e foi muito legal escutá-la de novo. Beijos!!

disse...

Gostei de conhecê-la e de saber que ainda está viva e que recentemente esteve no topo das paradas. Ela tem uma bela voz. Acho muito interessante as histórias de artistas participando, direta ou indiretamente, da guerra.
Beijos!

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

Tu espacio esta llenos de historias muy interesantes,donde cada vez aprendo nuevas cosas,que tengas un buen dia,un abrazo.J.R.

Jeniffer Yara disse...

Vou ver os vídeos do trabalho dela, não a conhecia :}
Ah, dê sim uma pesquisada nos preços do livro Um dia, pode estar meio 'salgado' mas vale a pena lê-lo.

Beijos

ANTONIO NAHUD disse...

Não conhecia. Obrigado.

Cumprimentos cinéfilos!

O Falcão Maltês

M. disse...

Olá Rubi! Não sabia nada sobre ela, até vir ao teu blog! Excelentes informações! Abraço e bom domingo!

Dilberto L. Rosa disse...

Infelizmente, só conhecia esta personalidade de "ouvir dizer", portanto aprendi bastante aqui hoje. Mas adoro a canção que começa tocando em teu blogue, com Doris Day: apesar das imagens antigas e bucólicas do clipe que o acompanha, sabes do que me lembro com esta linda canção? Do final absurdamente genial de "Dr. Fantástico ou Como parei de me preocupar e passei a amar a bomba" (acredite ou não, este é o título completo do filme!), do igualmente gênio Kubrick - tu te lembras disso?!

Por fim, resta uma polêmica - Chaplinémaior que Keaton: este fez "A General" e o outro, "Tempos Modernos", "Luzes da Cidade", "O Garoto"... - e uma dúvida: tu comentaste, afinal, nos Morcegos, elogiando-os gentilmente (e depois o comentário acabou sumindo)? Meu abraço, bom feriado e apareça sempre!

Blog UaiMeu! disse...

Acho interessante essa tradição em cantar para os soldados. Falam de fé, paz e além de tudo divertem que está passando por uma guerra. Acho valido. E antigamente fazia-se isso deveria ser ainda mais nostálgico pois a 2 guerra foi uma pauleira.
Bem Rubi, como sempre excelente post!
abraços
Renata

Tsu disse...

Oi Rubi!
Que história! Era realmente muito bonita e talentosa..e bom saber que hoje ela vive bem =)
Olha mais uma vez devo te dizer que sim..você já tinha lido esse texto sobre o anime Noir. Entretanto o que vc leu foi o primeiro texto que fiz pro blog então o artigo tava bem mais curto e xoxo rs. Mas ai eu revi a série e fiz um artigo mais caprichado e completo.
Bom, Noir é aquilo: ele é e ao mesmo tempo não é meio "noir". Assim a idéia das personagens: belas, perigosas e rodeadasp or mistério é condizente com o conceito de Noir, porém o enredo é um suspense policial mas sem aquele clima sombrio. Se bem que os cantos gregorianos são de arrepiar.
bjs

Anônimo disse...

Que excelente postagem. Gostei muito de seu blog. Muito bom resgatar a história!
Que canção formidável esta da Vera Lynn, We'll Meet Again.

ROSE OLIVEIRA disse...

parabéns pelo blog conheci a pouco tempo e amo seu espaço,acho as dicas sensacionais,adoro esse seu jeito de aborda o tema do post,mais uma vez parabéns e um beijão.

http://www.blogtopodendo.blogspot.com/

Anônimo disse...

Olá Rubi. Grato por visitar nosso blog novamente, o seu está cada dia melhor e mais completo, parabéns. Estive ausente algumas semanas pois estava de férias, mas agora o blog retornará com força total. Apareça novamente sempre que puder trocar uma idéia. Abraço!

http://thecinefileblog.blogspot.com/

Sonhos Pré-Concebidos disse...

Obrigada mais uma vez pela visita viu flor? seu blog perfeito como sempre :> bjks

Unknown disse...

foi um prazer conhece-la - literalmente, gostei de saber sobre a vida dela, foi bem interessante.

http://monteolimpoblog.blogspot.com/

Jefferson C. Vendrame disse...

Não conhecia nada a respeito, Ainda bem que existe o All Classics para nos proporcionar mais conhecimento...

Parabens pelo ótimo artigo..

Abração Rubi

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