terça-feira, 17 de abril de 2012

Mädchen in Uniform (1958) - Senhoritas de Uniforme

Em 1958, distante da opressão do Regime Nazista, a Alemanha; agora dividida em Oriental e Ocidental; desfrutava de novas experiências impostas pelos modelos políticos: parlamentar na sua porção ocidental e socialista em sua porção oriental. Em meio a esse novo cenário, o diretor húngaro Géza von Radványi reuniu um elenco de estrelas para a refilmagem do clássico Mädchen in Uniform tanto hostilizado pelo Regime Nazista. O filme apresentava a atriz Romy Schneider como Manuela von Meinhardis, Lilli Palmer como Fraeulein Elisabeth von Bernburg, Therese Giehse interpretando a diretora, Blandine Ebinger como Fräulein von Racket, Sabine Sinjen como Ilse von Westhagen, Danik Patisson como Alexandra von Treskow e Ginette Pigeon no papel de Edelgard von Kleist. A história segue o mesmo princípio da versão original, trazendo de volta a discussão sobre o tema homoerotismo; desta vez porém, com pequenas "grandes" mudanças. Na versão da diretora Leontine Sagan o clímax do filme girou em torno da professora Elisabeth que nutre uma certa atração pela aluna Manuela; já na versão de Radványi há uma inversão de papéis, é Manuela quem se apaixona por Elisabeth.

Outras mudanças também são observadas com relação à maior participação das amigas de Manuela no contexto da história tais como Edelgard, que se revela como sendo sua melhor amiga, Ilse que continua sendo a mais extrovertida do grupo, e a insuportável Alexandra que se contrapõe a Manuela como sua ardilosa rival. Assim como na primeira versão o elenco é composto somente por mulheres, porém a mudança no contexto pode ser atribuída a necessidade de abordar o tema de uma forma mais sutíl onde a aluna se apaixona pela professora, algo até passível de acontecer. Entretanto, talvez para causar o mesmo impacto no público a cena do beijo é mantida desta feita com a total iniciativa de Manuela; além da cena do beijo durante a apresentação da peça teatral.

Guardada as devidas proporções, que a própria distância do tempo entre as duas versões, cada qual reserva os papeis principais a atrizes de primeira grandeza em suas épocas. Curiosamente, ao contrário de Dorothea Wieck e Hertha Thiele, que trabalharm juntas em outra produção após Mädchen in Uniform, Lilli Palmer e Romy Schnieder também o fizeram no filme Feuerwerk (uma comédia musical), porém antes da obra de Radvànyi.


Bastidores: Lilli Palmer, "A arte imita a vida" - A exposição em Postdam.
Em uma publicação rememorando suas aventuras e desventuras no mundo do cinema (Ciranda Cirandinha, a Contradança de uma Vida), Lilli Palmer confessou que quando criança passou por uma experiência semelhante a de Manuela, apaixonou-se por uma de suas professoras e também tinha uma certa "Alexandra" em sua vida. No mesmo ano de sua produção, Mädchen in Uniform de Radványi concorreu ao Urso de Ouro no 8th Berlin International Film Festival. O filme alcançou tamanha popularidade, que a cidade de Postdam (cidade do leste da Alemanha) contemplou os fãs com uma exposição composta pelo figurino do filme e quadros retratando passagens do mesmo.

8 comentários:

Dilberto L. Rosa disse...

Alemanha em alta por aqui, não? E este tema, nessa época...?! Curioso e audaz, sem dúvida! Mas desconheço o antigo Cinema alemão e pouco posso opinar, além de parabenizá-la pela ótima série de postagens! Abração e apareça!

Bruna Worspite disse...

Adorei saber as curiosidades desta obra!
Adorei também os penteados das moças, rs



Bjsss
http://bruhworspite.blogspot.com.br/

Iza disse...

Que lindo figurino! Adorei esse post...
Esse filme parece ser bem legal mesmo.
Beijos :)

ANTONIO NAHUD disse...

preciso ver esse filme.

O Falcão Maltês

disse...

Remake não é algo de hoje...
Interessante saber que Lili Palmer tinha vivido uma situação parecida.
Beijos!

Tsu disse...

Oi Rubi!
Sensacional...essa bora parece deveras interessante. Muitissimo á frente de seu tempo em termos de cinema ousado mas também condizente com a realidade!
É..do nada ás vezes eu coloco umas perguntas pro povo que é tenso kkk. Ai acaba que podemos ficar falando e falando sobre o assunto. Eu comecei a gostar de escrever na minha adolescência. Roteiros? Porque está escrevendo roteiros? Eu imagino que deva dar trabalho mas escrever um livro de muito enredo também dá. Eu digo por experiênca própria x.x
Obrigada por curtir o cosplay!
bjs

Leonardo disse...

Olá Rubi!
Assim como o filme original, este eu ainda não vi. Alias meu conhecimento de cinema alemão tem um enorme buraco, passa dos anos 20 direto para os anos 70. Pretendo ver o original antes, depois eu vejo este. Fiquei curioso pra saber quais são os beijos homossexuais mais antigos do cinema, qualquer dia faço uma pesquisa sobre isso.

Jefferson C. Vendrame disse...

Olá Rubi, passada minhas tempestuosas semanas de provas, volto a aparecer por aqui.
Você realmente gosta bastante desse filme não é?
Estou seguindo seu conselho e estou procurando ver mais os filmes Europeus, comprei a cerca de duas semanas o clássico LADRÕES DE BICICLETA, da Itália, o filme é legal, muito encantador, conforme eu for encontrando vou adquirindo-os, logo logo vou falar sobre esse último em meu Blog.

Grande abraço

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