Em 4 de abril de 1896, nascia na cidade de Indiana/EUA, Mary Ellen Harrison que mais tarde adotaria o nome artístico de Marion Harris, tornando-se uma das mais expressivas cantoras da década de 20. Seu trabalho arrojado fez com que se tornasse a primeira mulher branca a cantar blues e jazz de que se tem conhecimento. Além do talento musical, foi também atriz de cinema e teatro (vaudeville). Pouco se sabe sobre sua biografia, mas de acordo com algumas informações, Marion teria iniciado sua carreira artística em 1914 com pequenas apresentações nos palcos de teatros; contudo, há registros de que sua estreia oficial foi no ano seguinte na peça Stop! Look! Listen! de Irving Berlin. O sucesso alcançado nos palcos, não foram suficientes para que continuasse na mesma linha de trabalho, pois a sua paixão pela música foi mais forte, transformando essa preferência como grande objetivo profissional e artístico de sua vida. Assim sendo, à partir de 1916 iniciou suas primeiras gravações junto a Victor Records, com especial destaque para Everybody's Crazy 'bout the Doggone Blues, But I'm Happy", After You've Gone, A Good Man Is Hard to Find (regravada pela Bessie Smith), When I Hear that Jazz Band Play e, uma de suas músicas mais famosas, I Ain't Got Nobody.
A parceria de sucesso com a Victor Records estendeu-se por cerca de quatro anos, quando impedida de gravar a música St. Louis Blues de WC Handy por questões contratuais, mudou-se para a Columbia Records, onde pôde gravá-la obtendo grande sucesso junto ao público. WC Handy chegou a comentar que as pessoas quando ouviam-na cantar em seus discos idealizavam uma cantora negra (que eram o sinônimo de blues da época) tamanho era a qualidade de sua voz. Isto rendeu-lhe vários elogios, sendo inclusive apontada como A Rainha do Blues. Em 1922 firmou novo contrato com a Brunswick Records e voltou a dividir o seu tempo entre as gravações e apresentações teatrais com a peça Midnight's Frolic de Florenz Ziegfeld pelo país.
Em 1927 participou da gravação de um curta promocional de 8 minutos Marion Harris, Songbird of Jazz e posteriormente, já em Hollywood compôs o elenco do musical Devil May-Care (1929) ao lado do ator Ramón Novarro. Porém, neste mesmo ano, devido a problemas de saúde, afastou-se temporariamente de sua vida profissional; retornando somente em 1931 com apresentações na rádio NBC. Em 1935, voltou as telas de cinema no filme Falling in Love ao lado de Charles Farrell. Na vida pessoal, casou-se duas vezes tendo dois filhos no primeiro matrimônio. Em 1941 vivia em Londres com seu segundo marido quando teve sua casa destruída por um ataque das forças armadas alemãs; não se sabe ao certo se os horrores da guerra contribuíram para que apresentasse um quadro de transtorno neurológico, entretanto, foi este o motivo que levou-a a mudar-se para Nova York em 1944 a procura de tratamento especializado. No dia 23 de abril do mesmo ano, dois meses após receber alta do intenso tratamento a que se submetera, morreu em um incêndio no hotel onde se hospedava, após adormecer enquanto fumava. Apesar da morte trágica, Marion Harris deixou um formidável legado para os fãs dos gêneros blues e jazz, que certamente justificaram o título que lhe foi atribuído como A Rainha do Blues.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
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13 comentários:
Não sabia da existência dela e olha que adoro música antiga, ainda mais jazz e blues. Que coisas esses preconceitos na década de 20, né? Tanto racial, social e contra a mulher. Gosto muito de St. Louis Blues, que apareceu no Kill Bill até um remix na voz da Bessie Smith mixado com a She's not there dos The Zombies, ficou bem legal. Amei esse post musical. Beijão <3
Olá Rubi, como vai? Desculpe o sumiço, mas ultimamente meus seminários e minha provas tomaram conta de todo meu tempo... mas enfim cá estou...
Não conhecia também a existência dessa cantora, e que história trágica em? Daria uma boa cinebiografia.
Existem vários outros artistas que morreram dessa forma, em incêndios, realmente muito triste.
Grande Abraço e parabéns pelo ótimo Post.
Como não sou fã adepta de jazz eu não conheci essa cantora-atriz. Mas claro que adorei conhecer, é cultura, faz parte da história, história de vida conturbada, morte trágica, mas com um legado para a vida toda!
Gostei
Bjs
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Também é um novo nome para mim! muito interessante como ela exemplifica um "preconceito" diferente do que normalmente imaginamos: quando a ouviam cantar, pensavam que era uma negra, por ser intérprete de blues! Uma história trágica e uma bela voz!
Beijos!
Que história a dela ein!!! Dava até filme!!!
Fiquei curioso, Rubi. Nunca tinha ouvido falar de Marion.
O Falcão Maltês
Rubi, meu blog está no segundo turno do top blog! É só clicar no banner dourado na barra lateral do blog. Conto com seu voto para mais esta conquista!
Ai gostei demais desta mais nova "biografada" aqui no seu blog! Não sabia nada sobre ela!
Pooxa... jazz! Muito bom!!!
Realmente, havia muita restrição com músicos de jazz. É interessante o fato de ela ser a primeira cantora branca deste estilo!
Muito boa sua pesquisa, o texto e as imagens!
Espero sua visita!
bjss
anteontemmusical.blogspot.com
Não conhecia a Marion Rubi! O que não e surpresa porque eu sei pouco sobre Blues.
O seu post foi muito interessante... E que morte trágica a dela! *0*
Abraços,
Como amo blues e jazz ,adorei a historia da Marion q postou Rubi, ja conhecia um pouco ela foi d+...Deixou um excelente legado, só não concordo qto ela ser pra muitos Rainha do Blues.
Beijos
Olá!
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