quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Portrait of Jennie - Retrato de Jennie

Muitos diretores alemães consagraram-se, ou deram continuidade na carreira em solo norte-americano; foi o caso de Fritz Lang, F.W Murnau, Ernst Lubitsch, William Dieterle, entre outros. Este último, em especial, ficou conhecido pelas biografias de Louis Pasteur e Émile Zola, no entanto, o filme dedicado ao post de hoje será Portrait of Jennie (Retrato de Jennie). Baseado no romance de Robert Nathan e produzido por David O. Selznick, o filme lançado em 1948 e datado em 1934 gira em torno de Eben Adams (Joseph Cotten), um pintor que está com dificuldade para arrumar emprego e vender seus quadros. Durante um passeio noturno, Eben é surpreendido por uma garota chamada Jennie Appleton (Jennifer Jones) que veste roupas antigas. Com o passar do tempo, os encontros tornam-se mais escassos e curiosamente, Jennie parece ostentar um envelhecimento precoce nesses encontros. O fato aguça a curiosidade de Eben que, com o apoio da elegante Senhorita Spinney (Ethel Barrymore), resolve investigar o passado de Jennie.

Tecnicamente simples, mas com cenários bem elaborados, trilha sonora marcante e personagens carismáticos, Portrait of Jennie conta com um elenco grandioso, onde se destaca a atriz Lillian Gish, considerada uma das maiores estrelas do cinema mudo, e a história nos leva a uma viagem surreal, cheia de surpresas. Visto como um dos maiores clássicos do gênero (fantasia), a produção dirigida por Dieterle, é uma obra-prima esquecida no tempo e na memória, no entanto, mesmo depois de quase 70 anos, ainda emociona.


Bastidores: Produção e Recepção - As diferenças entre o romance e o filme.
O Livro de Robert Nathan despertou o interesse e a visão revolucionária de David O. Selznick, que comprou os direitos autorais para a produção do filme. Curiosamente, no início das filmagens de Portrait of Jennie em 1947, Dieterle não se mostrava satisfeito com a qualidade do roteiro, o que fez com que trocasse por cinco vezes o escritor responsável pelo mesmo, até a conclusão da obra em 1948. Embora a obra de Robert Nathan fosse uma fábula, o produtor Selznick insistiu em que as filmagens fossem realizadas em cenários reais das cidades de  Massachusetts e Nova York, o que acabou por encarecer o custo final da produção. Diferente dos filmes da época, Portrait of Jennie não trazia créditos em sua abertura, com exceção feita a menção ao Selznick Studio, ficando os demais créditos somente expostos ao final da película. Além do Oscar de melhor atriz, o filme concedeu uma homenagem póstuma a Joseph H August, que faleceu ao término das filmagens, na categoria de Melhor Fotografia.

O filme também trouxe uma certa frustração ao coreógrafo Jerome Robbins, pois após dez exaustivos dias trabalhando com Jennie, a cena de sua dança não foi incluída no original por conta de uma ilusão de ótica onde o cabelo de Jennie se confundia com uma árvore ao seu lado. O retrato que deu origem ao título do filme foi pintado por Robert Brackman, que acabou sendo arrebatada por Selznick em 1949 após seu casamento com Jennifer Jones (Jennie). Lançado em 1948, Portrait of Jennie não alcançou o sucesso almejado, porém atualmente, é considerado uma obra-prima do gênero e a canção título tornou-se um sucesso na voz de Nat King Cole. Uma diferença marcante entre o livro e o filme, baseia-se no fato de que na obra de Robert todos os personagens podem ver Jennie, e na adaptação de Dieterle, apenas Eben consegue vê-la. O filme foi nomeado a American Film Institute e antes mesmo de ser lançado no cinema, teve uma adaptação no rádio, estrelado por Joan Fontaine e John Lund em 1946.

13 comentários:

  1. Joseph Cotten e Lillian Gish juntos? Como eu deixei passar isso? Parece-me realmente interessante, ainda mais com a bela Jennifer Jones. Recentemente vi "O Homem do Terno Cinzento" com ela e Gregory Peck.
    Beijos!

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  2. Olá, Ruby.
    A biografia de Émile Zola, com Paul Muni, é ótima.

    Uma correção: Jennifer Jones ganhou o Oscar pelo filme "A canção de Bernadette (1944)".

    Beijos.

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  3. Não conhecia o filme. Mas achei muito legal seu post. Lillian Gish, Jennifer Jones e outras estrelas, esse filme deve ser ótimo. Gostei do enredo também, bem original.
    Beijão <3

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  4. Também não conhecia, mas parece bom! Ótimo post!

    http://shelikesrockn-roll.blogspot.com.br/

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  5. que lindoooo a primeira foto!

    Grande beijo
    umanoitemparis.blogspot.com

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  6. um lindo drama romântico... vi várias vezes... me acabo de chorar... a jennifer é maravilhosa...

    O Falcão Maltês

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  7. Olá, Rubi. Que bela história essa deste filme, Portrait of Jennie, baseado no romance de Robert Nathan. Confesso, Rubi, que não conhecia este. Infelizmente tais filme são tão difíceis de encontrar. Fico embasbacado como você consegue ver tantos bons filmes. Quando a maioria está preocupado com essas mega produções, não que seja contrário a isso, você, diferentemente, mergulhar em outro universo tão pouco explorado. Parabéns, Rubi....

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  8. Oi Rubi!
    É menina..fiquei de férias mas elas passaram tão rápido...a maioria das coisas que eu queria fazer eu não fiz @_@. Então eu consegui diexar os leitores curiosos? Que bom! Mas agora por conta das férias, de ter ido viajar e tudo o mais, acabei atrasando muito a atualziação do blog e terei de adirar mais um pouquinho a novidade @_@ Ó vida tensa.
    Sim, Tolkien e Leweis foram amigos e trocavam idéias juntos...entretanto Tolkien não gostou de Nárnia rs. Me pergunto como deveria ser as conversas entre esses dois.
    Caramba, se a exposição do Kubrick for o valor do Meliés então é uma bagatela! Não quero perder por nada! E quando tu vai em um evento comigo? kkkk.
    bjs

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  9. Valeu pela dica, Rubi, vou procurar assistir.

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  10. Muito interessante Rubi, os cineastas alemães sempre conseguem deixar um tesouro para o cinema. Vou procura vê-lo.

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  11. Nat King Kole ,adoro ...se conheço essa música agora não lembro, vou procurar dps
    Como sempre arrasou na pesquisa, Rubi
    E que foto linda a 4ª
    Bjs

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  12. Rubi, fantástico Post.
    Hoje pela manhã estive visitando o site da Versátil Home Vídeo e fiquei surpreso em ver a quantidade de bons (e raros) filmes que eles vem lançando. Entre os títulos que me chamou a atenção estava incluído O Retrato de Jannie que até então eu não conhecia. Fiquei muito interessado pela trama, seu texto me instigou mais ainda. Sem dúvidas já vai estar em minha próxima compra, ainda esse mês, em breve estará no blog O Cinema Antigo.

    Parabéns pelo post.

    Abração

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  13. Rubi, assisti ontem O Retrato de Jennie, confesso que não gostei! Achei o filme uma verdadeira salada. Com exceção da perfeita fotografia e das participações de Gish e Barrymore o filme me decepcionou. Até uma certa altura o filme é aceitável mas depois vai se perdendo em meios a muitos devaneios que ao meu ver, acabaram o prejudicando. Acho que o filme poderia e tinha condições de seguir por outros caminhos e ter sido bem melhor. Confesso que O Fantasma Apaixonado (que aborda mais ou menos o mesmo contexto) é bem mais organizado e muito mais cativante.

    Abraço!

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