quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Bellissima - Belíssima

O cinema italiano sempre surpreendeu os amantes da sétima arte pelo seu realismo e, principalmente, pelo carisma de seus atores; que mesmo não tendo nascido em solo italiano, construiram carreiras inesquecíveis no cinema. Além disso, não se pode deixar de lado o talento dos inúmeros diretores que se destacaram pelas suas produções, muitas vezes simples, mas com resultados arrebatadores. Nomes como Michelangelo Antonioni, Roberto Benigni, Bernardo Bertolucci, Federico Fellini, Sergio Leone, Pier Paolo Pasolini, Roberto Rossellini, Ettore Scola, Vittorio De Sica, Giuseppe Tornatore, Luchino Visconti e tantos outros, deixaram suas marcas em filmes, muitas vezes desconhecidos pelo público em geral; que se tornaram verdadeiros clássicos, servindo de inspiração ao público jovem e até mesmo aos diretores mais experientes que estão sempre em busca de referências para suas produções. No post de hoje, farei uma homenagem ao renomado diretor Luchino Visconti, que "coleciona" em sua vasta filmografia, obras como Siamo donne (Nós, as Mulheres), Senso (Sedução da Carne), Rocco e i suoi fratelli (Rocco e seus Irmãos), Boccaccio '70, Il gattopardo (O Leopardo) e Belíssima.

Este último, lançado em 1951 fará parte do post de hoje. Estrelado por Anna Magnani, uma das maiores atrizes de todos os tempos (e umas das minhas preferidas), o filme gira em torno de Maddalena Cecconi (Anna Magnani) e sua filha Maria Cecconi (Tina Apicella) que está participando de um concurso. Arrastada pela mãe, que está em busca de um futuro promissor para a filha, e sonha em vê-la nas telas do cinema, a garota sofre as consequências, sem entender o que de fato está acontecendo. Visto como uma sátira às grandes produtoras cinematográficas da época, o filme conta com momentos de puro humor, mas também traz uma mensagem triste e realista das dificuldades enfrentadas pelas pessoas que decidem se arriscar na carreira artística.

Clássico indispensável, impressiona pela atuação marcante de Magnani, que até hoje é lembrada como uma das maiores atrizes de todos os tempos. O elenco ainda conta com os atores Walter Chiari interpretando Alberto Annovazzi, Gastone Renzelli, Tecla Scarano, Lola Braccini, Anton Giulio Bragaglia, Nora Ricci, Vittorina Benvenuti, Linda Sini, Teresa Battaggi, Gisella Monaldi e Amalia Pellegrini. Visualmente simples, o filme encanta pela relação entre mãe e filha, e emociona pelo desfecho inesperado. Obrigatório aos amantes da sétima arte e inesquecível aos que já assistiram.



Bastidores: Tina Apicella - A descoberta de Luchino Visconti
A história de Belíssima gira em torno de Marica Cecconi; uma garotinha simples, que se vê lançada a sorte em meio aos sonhos e devaneios da mãe, que deseja transformá-la numa atriz de cinema. Para o papel Visconti descobriu o talento da pequena Tina Apicella, que apesar da pouca idade, soube representar de forma magistral a personagem da trama. Curiosamente, apesar do sucesso alcançado pela obra de Visconti, Tina não deu sequência a carreira cinematográfica, limitando-se a trabalhos como modelo mirim por um certo período de sua vida.  

Belíssima rendeu a Anna Magnani o prêmio Nastro d'Argento (Fita de Prata) na categoria de Melhor Atriz pela Italian National Syndicate of Film Journalists.

6 comentários:

Poções de Arte disse...

Interessante... Conheço alguns dos atores citados, mas ainda não vi nenhum desses filmes.
O roteiro, sobre as dificuldades de quem tentava entrar no mundo do cinema, me lembrou do Chaplin. Te disse que naquele livro que li, ele narrava o quão era difícil agradar a platéia e estar nesse mundo.

Em julho, acorde de madrugada e mudando a TV de canal estava passando um filme (não lembro o nome) que narrava a trajetória de Jerry Lewis e Dean Martin (lógico que não consegui voltar a dormir) - na hora lembrei de vc.
Quando era criança, adorava ver os filmes de Jerry Lewis, mas nunca soube da história dele e do Dean. Fiquei triste e intrigada como realmente eles deixaram os problemas do mundo hollywoodiano separá-los.
Será que vc já assistiu a esse filme?

Abraços e ótimo dia.

renatocinema disse...

O cinema italiano é a lágrima na alma do cinema. AMO O CINEMA ITALIANO. SEJA NA COMÉDIA, COMO PARENTE É SERPENTE, SEJA NO DRAMÁTICO COMO LADRÕES DE BICICLETA.


ABS

Patrícia disse...

Conheço mais obras do Benigni e do Fellini! Adorei a resenha do filme Rubi, muito delicado e vou procurar pra ver
Bjão

Obs.: Sobre o livro, io sono qui kkkk...entendeu?

disse...

Opa! Mais uma dica anotada! Vi recentemente O Leopardo e adorei, Visconti é de fato um excelente diretor. E que dizer de Anna Magnani? Uma diva!
Beijos!

Jefferson C. Vendrame disse...

Oi Rubi!
Conheço tão pouco do cinema europeu, do italiano então nem se fala, da fase mais antiga me lembro de ter visto apenas LADRÕES DE BICICLETAS, que por sinal adorei. Da fase atual, gosto muito de A VIDA É BELA. Quanto a esse filme que nos traz nesse post, gostei muito da trama, me parece ser um filme tocante. Vou procurá-lo.

Grande abraço e parabéns pelo ótimo texto!

Anônimo disse...

Aqui tem alguns bons filmes à venda do Fellini, confira.
http://www.revistariaribeiro.com.br/fellini_qOfellinixSM

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