Nascido Paul LeRoy Bustill Robeson no dia 9 de abril de 1898, Paul Robeson foi um ator, cantor, escritor, ativista e atleta. Sua carreira artística iniciou-se em meados da década de 20, quando decidiu abandonar o futebol americano. Na mesma época, quebrou uma série de tabus por ser o primeiro negro ao interpretar a obra de Shakespeare, Otelo. A partir daí, as portas foram abertas para os outros atores negros que surgiram ao longo dos anos, tais como Sidney Poitier e Harry Belafonte. Filho de africanos, seu pai era escravo antes de fugir e tornar-se pastor; sua mãe era membro de uma sociedade abolicionista e faleceu tragicamente quando sua casa pegou fogo, deixando o pequeno Robeson que, na época, tinha apenas seis anos de idade. Em 1915, formou-se e ganhou uma bolsa na a Universidade Rutgers, lugar onde aprendeu uma série de esportes. Posteriormente, iniciou sua carreira como jogador profissional de futebol americano e matriculou-se na Universidade de Columbia, num curso de direito.
Em 1921 , conheceu a Eslanda Cardozo Goode, com a qual casou-se no mesmo ano e teve um filho, Paul Robeson Jr.Embora já tivesse atuado em algumas peças, participado de alguns filmes, tais como Body and Soul (seu primeiro filme), Camille e Borderlie, e feito pequenas apresentações na escola, foi em 1930 no clássico de William Shakespeare, Otelo que ele consagrou-se no mundo artístico. A partir daí, foram muitos os convites feitos pelos mais renomados diretores da época, dentre eles, ressalto James Whale e a adaptação Show Boat (1936) que contava com a participação de Irene Dunne, Hattie McDaniel, Allan Jones, entre outros; segundo os críticos, essa foi a passagem mais memorável de Paul nas telas.
Vale lembrar que ao lado de Hattie, interpretou uma das canções mais divertidas do clássico. Apesar das controvérsias com o filme anterior The Emperor Jones, que não foi exibido (nos EUA) pelo fato de ter um homem negro matando um homem branco, o que para os norte-americanos era inaceitável, Paul deu continuidade a sua carreira. Aos interessados, aproveito para deixar aqui o filme completo. No final da década de 30 decidiu envolver-se com política tornando-se então um ativista conta o racismo e o fascismo. Nessa época, participou de diversos projetos e homenagens ao redor do mundo. No auge de sua carreira, ao lado de Lawrence Brown e outros músicos, interpretou a canção Ballad for Americans e impressionou a todos com sua belíssima voz.
Impedido de cantar pela patrulha anti comunista, sair do país devido a sua ficha, nada pequena, no FBI e por ter o passaporte anulado, viu-se obrigado a esperar por quase dez anos para retomar suas atividades. Em 1958 fez uma aparição no Carnegie Hall e sete anos depois, durante uma homenagem, cantou a canção We Are Climbing Jacob's Ladder. Neste mesmo ano, perdeu sua mulher e instalou-se em Filadélfia, juntamente com a irmã, onde veio a falecer no dia 23 de janeiro de 1976 aos 77 anos de idade após um AVC.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
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10 comentários:
Robenson foi o primeiro grande ator negro. Um ícone.
O Falcão Maltês
A voz dele era linda, cheia, um vozeirão! Bela homenagem Rubi!
Eu já te falei que acho o maximo os artistas de antes que sabiam fazer tudo e detalhe faziam tudo bem ,o mais bacana ainda é ele ter sido atleta e ter entrado na politica para combater o racismo, o cara explorou todos os meios muito legal.Grande cara.
Ricardo
Uau, naquela época um artista negro ter tantas habilidades devia ser bem difícil né? Mas ele superou e se tornou um clássico *-*
Passa lá?
http://jooymartins.blogspot.com/
Beijos
Já ouvi falar no Paul Robeson, mas infelizmente não vi esses filmes q vc citou, vou procurar. Achei seu blog por acaso e adorei! Até porque tb sou apaixonado pelos clássicos. Vou dar umas fuçadas nele. parabém. Também tenho um blog, se quiser dar uma passada nele fique a vontade. Abraçoss.
http://prunosland.blogspot.com/
Oi Rubi!
Admiro muito esses atores que conseguem ultrapassar a barreira do preconceito e consolidar uma carreira, ficando com sua marca na história!
Bom, o Japão é popular em relação á obras de terror, especialmente envolvendo crianças demoníacas...entretanto, em matérias de filmes acho que os atores japoneses deixam a desejar. Mas é inegável que eles possuem uma grande habilidade para tratar de Lendas Urbanas, como é o caso desse mangá Dark Metrô e tantas iutras obras da mesma linha. Tem um filme japonês interessante chamado Clube do Suicídio que vale á pena dar uma olhada.
Ah eu espero mesmo um dia ser capaz de publicar meu livro *.* Mas para isso tenho que continuar tentando escrevê-lo! E para isso é necessário tempo, coisa que terei muito pouco para fazer....ai, lá vai eu de novo ficar sobrecarregada...
Bom, me avisa com antecedência sobre o texto do Dr. caligari para que eu possa fazer a postagem =)
bjs
http://www.empadinhafrita.blogspot.com
Deveria ser um otimo ator
bjs
Uma vida memorável... cheia de luta e muita coragem, muito linda a historia... passando aqui bem rápido, recebi minha primeira encomenda e caricaturas... estou hiper feliz!! Bjs
Ol' Man River / Dat ol' man river / He mus'know sumpin / He don't say nuthin... O acento inigualável e que vozeirão... Belo post, Rubi
Comprei recentemente o filme "SEIS DESTNOS"(1942),e a parte final,que aparece o barítono Paul Robeson,a cantora Ethel Waters e o grupo Hall Johnson Choir,emociona,e salva o filme. Havia algo de fantástico na figura desse grande artista,talvez sua alma de cantor.Tenho,uma matéria de página inteira,que saiu no Estado de Minas,nos anos 80,em homenagem ao artista.Segundo o dicionário italiano de Cinema que tenho:FILMLEXICON DEGLI AUTORI E DELLE OPERE"(1958/75),Paul Robeson ainda trabalhou nos filmes:1933-Emperor Jones,1935-Sanders of the Rivers,1936-Show Boat,1937- Dark Sands of Jericho,The Song of Freedon,Kings Salomon's Mine,Big Fella,1940-Proud Valley e 1942-Native Land.
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