terça-feira, 10 de abril de 2012

Hertha Thiele

Em 8 de maio de 1908, nascia em Leipzig, Alemanha, a pequena Hertha Thiele atriz de teatro e cinema. Começou sua carreira artística aos 20 anos como atriz de teatro em sua cidade natal; e devido ao seu desempenho no palco recebeu o convite para interpretar o papel principal no filme Mädchen in Uniform (1931) que vinha de uma adaptação teatral. Protagonista de vários filmes polêmicos na Alemanha nazista do Terceiro Reich, tornou-se famosa, principalmente, com a personagem Manuela em Mädchen in Uniform; uma garota órfã de 14 anos, insegura em suas convicções, que se apaixona pela sua professora. A divulgação e distribuição internacional da obra, repentinamente transformaram-na numa estrela, levando-a a receber milhares de cartas de fãs em sua grande maioria, do público feminino. Em 1933, a exemplo de Dorothea Wieck; com quem já havia contracenado dois anos antes, assumiu o papel da freira Emma no filme Elisabeth und der Narr. No mesmo ano, em parceria com a amiga Dorothea, protagonizou o filme Anna und Elisabeth, onde o assunto envolvendo a temática lésbica foi novamente abordada; porém com severas restrições do governo nazista, o filme foi proibido em território nacional.

Paralelamente, permaneceu com seu trabalho junto ao teatro nas peças de Max Reinhardt: Harmonie e Veronika, 1932 e 1935, respectivamente. Sua carreira sofreu um revés quando o governo convocou-a para participar de uma campanha de divulgação do Regime Nazista, e apesar de todos os conselhos, abdicou dessa ideia pois afirmava categoricamente ser contra as doutrinas do Regime. Com essa postura, passou a ser excluída de várias produções e finalmente em 1937, deixou o país buscando novos horizontes na Suíça. Após o término da guerra, voltou para Alemanha e tentou, sem éxito, retomar a sua carreira artística; desiludida, regressou para Suíça onde passou a exercer a profissão de enfermeira.

Em 1966, já com a divisão da Alemanha, estabeleceu-se no lado Oriental onde retomou a carreira artística trabalhando em produções teatrais e diversas séries para a televisão. Seus filmes passaram a ser divulgados na nova Alemanha, o que lhe rendeu um documentário especial para TV em homenagem aos seus trabalhos. Casou-se por mais de uma vez, com destaque para seu relacionamento com o ator Heinz Klingenberg. Apesar da notória popularidade que suas personagens lhe trouxeram, sempre lamentou o fato de nunca ter tido a oportunidade de interpretar uma cena de amor com um homem, pois a imagem criada por suas personagens construiu uma certa rejeição junto aos atores da época, impossibilitando-a de realizar esse desejo. Ao longo de sua trajetória artística, foi contemplada com os prêmios: Art Prize of East Germany, National Prize of East Germany e Fatherland Service Order; curiosamente todos na Alemanha Oriental. Em 5 de agosto de 1984, faleceu aos 76 anos de idade.

11 comentários:

Bruna Worspite disse...

A história de vida dela é algo tão complexo, pois ela passou por tanta coisa, vive em uma época super complicada na Alemanha, realmente é para se inspirar com essa história de vida :D


Bjs
http://bruhworspite.blogspot.com.br/

Iza disse...

Que linda era ela... gostei de saber um pouco mais sobre sua vida... Beijos :)

Patrícia disse...

Nossa Rubi vc pesquisa mesmo, parabéns pelo empenho e por dividir esses conhecimentos.

Ps.: Zircão! Tem uns nomes de bodas bem estranhos mesmo kkkk
Então vc é bem novinha, certo? Tinha uma outra ideia da sua pessoa kkkk, vivendo e aprendendo. Beijos e mais beijos.

Maxwell Soares disse...

Rubi. Que excelente texto. Hertha Thiele é, simplesmente, fantástica. A vida, sua obra, o teatro e o cinema na carreira desta mulher é digna de postagem. Fazer cinema naquela época era pra poucos, ainda mais quando explorava temas tão polêmicos como relações homoafetivas. A ideia de que nunca pode contracenar com um homem em uma suposta relação de amor pelo fato de haver ficado sua imagem vinculada ao lesbianismo é um absurdo. Gostei mesmo de saber a sua posição política contra o nazismo. Um mulher para se aplaudir de pé. Irei buscar mais fontes a respeito dela. Fiquei, realmente, curioso. Acredite. Tentarei ver alguns filmes dela, também. Caso possa auxiliar-me nessa busca ficarei grato. Um abraço, Rubi.

Charles disse...

Bacana, mas é uma pena que não seja tão fácil encontrar os filmes desse período.

disse...

Acho que ela fez bem em recusar fazer propaganda para o governo nazista, se é que ela realmente não concordava com a doutrina de Hitler. Pena que isso custou algumas coisas em sua carreira.
Beijos!

Tsu disse...

Oi Rubi!
Hehehe...lá vou eu postando fotos de cosplays que te deixam assim *o*. De fato, acho sensacional quando o pessoal junta um bom cosplay com o cenário certo. Isso quem costuma fazer é europeu...eles pegam essas obras cuja trama se passa na Europa e simplesmente tiram as fotos nos lugares certos!
Ah brigada por gostar das minhas resenhas! Acaso vc leu a de Monster? Eu acho que é um anime que vc ia achar muito bom.
Um filme que vai me inspirar? Nossa, agora memso que tenho que assistir essa maravilha..só o tempo disponível que não colabora..no feriado não fiz nada dos meus projetos!
Nhaaa...não tenho Filmnow..to maneirando na quantidade de redes sociais que tenho senão não dou conta. Já me basta blog, e-mail, msn, twitter e facebook rs.
bjs

ANTONIO NAHUD disse...

Adoraria ver o documentário sobre a sua vida...

O Falcão Maltês

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

Un trocito de historia muy interesante,gracias por aportar tantos datos y hacer conocer mejor su vida,Rubi que tengas feliz fin de semana,un abrazo.J.R.

Bia Alencar disse...

Ela foi uma guerreira... por que ser atriz e ainda cidadã na Alemanha, em plena 2º Guerra não e fácil não.
Se fazer um filme com temática gay, em plena era da censura americana já era difícil, imagina fazer isso numa Alemanha Nazista!! Ela era corajosa :D

Claudia Alves disse...

Nossa Rubi, sério que essa atriz nunca viveu uma cena de amor com um homem? Poxa, pela foto ela me pareceu muito Liz Taylor, perfil de mulher sedutora e tal. Mas ela foi de muita atitude e coragem, dizendo não à política imposta ao seu pais na época e vivendo papeis de censura, o que era uma ofensa e sinônimo de perseguição. Que bom que depois de um tempo seu talento foi mais valorizado. Mas me diz uma coisa, seus trabalhos não tiveram tanta repercussão aqui não é mesmo? Com toda sinceridade, eu nunca havia escutado nada sobre essa atriz.
Um beijo.

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