sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Jeff Conaway

Nascido Jeffrey William Charles Michael, no dia 5 de outubro de 1950, Jeff Conaway foi um ator que fez sua carreira no cinema e na televisão. Filho de produtor e atriz, viveu com sua mãe e suas duas irmãs em Manhattan e posteriormente mudou-se para Carolina do Sul junto aos seus avós. Aos 10 anos, protagonizou uma peça na Broadway ao lado de sua mãe e matriculou-se na Quintano School for Young Professionals. Trabalhando como modelo infantil e realizando pequenas apresentações com uma banda de rock, seguiu os passos da mãe, passando pela North Carolina School of the Arts e depois para a New York University. No início da sua carreira, apareceu apenas em comerciais e produções de pouca importância; vindo a estrear no cinema em 1971 no filme Jennifer on my Mind. Quatro anos depois, foi convidado a fazer parte do elenco na série Happy Days, e talvez por seu desempenho, logo em seguida foi chamado para Grease, ao lado de John Travolta.

No mesmo ano, trabalhou no seriado "Taxi", onde ficou até a terceira temporada devido ao uso excessivo de drogas, porém, este fato não o impediu de ser nomeado ao Globo de Ouro (1978 - 1979). Ainda na década de 70, com o apoio de Mike Appel, lançou o álbum "City Boy". Vale lembrar que antes de tornar-se ator, Jeff tocava/cantava numa banda de rock gravando alguns singles em meados da década de 60. Entre 1980 e 1990 apareceu em: Wizards and Warriors, Barnaby Jones, George and Leo, 'Murder, She Wrote', Jawbreaker, 'Elvira, Mistress of the Dark' e Do You Wanna Know a Secret? Porém, foi em 1994 que ele consagrou-se interpretando Zack Allan, um de seus personagens mais famosos, na série Babylon 5.

Posteriormente atuou em The Bold and the Beautiful e Real Life Photographs. De 2000 a 2011, realizou shows para divulgar o novo álbum; porém, infelizmente, Jeff nunca escondeu seus problemas em relação ao uso de drogas, uso excessivo de álcool e analgésicos. Após uma recaída, internou-se numa clínica de reabilitação. Durante uma das muitas reuniões com associações anônimas, Jeff revelou que durante sua infância era "torturado" pelos rapazes da vizinhança e aos 7 anos de idade foi vítima de pedofilia e pornografia infantil. Isso talvez, tenha contribuído para que alguns anos depois ele optasse pelo caminho das drogas. Em 2009/2010, numa entrevista, garantiu que estava melhor e que sentia muito pela morte de seu amigo Corey Him, o qual também tinha problemas com drogas. Em maio de 2011, foi encontrado inconsciente devido ao abuso de substância químicas e no dia 27 de maio de 2011, depois de várias tentativas para reanima-lo, Jeff faleceu aos 60 anos de idade. Seus últimos trabalhos foram na série The John Kerwin Show e no documentário Dante's Inferno Documented; 2006 e 2011, respectivamente.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Stockard Channing

Nascida Susan Antonia Williams Stockard, no dia 13 de fevereiro de 1944. Stockard Channing é uma atriz de teatro e televisão que consagrou-se no final da década de 70 interpretando Betty Rizzo em Grease. Filha de negociantes, passou parte de sua infância num bairro de Manhattan. Após matricular-se na The Madeira School, e concluir os estudos, mudou-se para Nova York e iniciou seus estudos na Radcliffe College, onde permaneceu até 1965. A partir daí, deu seus primeiros passos rumo a carreira artísica quando integrou a Companhia de Teatro Experimental de Boston. Em 1971 estreou na Broadway com o Musical Two Gentlemen of Verona ao lado de John Guare e no mesmo ano foi convidada a fazer parte do elenco em Vila Sésamo, na televisão. Dois anos depois, protagonizou a série "The Girl Most Likely to..." e antes de atuar em Grease, apareceu em The Fortune como coadjuvante.

Em 1978, ao lado de John Travolta e Olivia Newton John, interpretou Betty Rizzo no clássico Grease. Seu trabalho lhe rendeu o People's Choice Awards, além das muitas propostas dos mais renomados diretores. Entre o final da década de 70 e meados da década de 80, Stockard atuou em The Cheap Detective, Stockard Channing in Just Friends e The Stockard Channing Show, com Sydney Goldsmith. Posteriormente, voltou aos palcos protagonizando diversas peças na Broadway e recebendo as mais variadas premiações, tais como o CableACE Award, Drama Desk Award e uma indicação ao Emmy. Na década de 90, foi convidada a fazer parte do elenco em of Six Degrees of Separation, o qual lhe rendeu uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro.

Ela participou de outros filmes tais como Smoke, First Wives Club, Up Close and Personal, Moll Flanders e To Wong Foo Thanks for Everything! sendo indicada para os prêmios Screen Actors Guild Award e Satellite Award. Ao longo da década de 90 esteve ocupada com trabalhos no cinema, televisão e teatro. Na televisão estrelou a série An Unexpected Family produzido pela USA Network, no teatro apresentou-se no Lincoln Center for the Performing Arts e no cinema fez a voz de Barbara Gordon no seriado animado Batman Beyond. Em 1999 passou a interpretar o papel da primeira dama Abbey Bartlet na série West Wing exibido pela NBC que foi ao ar até 2006. Ganhadora de vários prêmios entre 2002 e 2010 quando retornou para Dublin juntando-se a peça "The Importance of Being Earnest". Atualmente, aos 67 anos de idade, casada com Daniel Gillham vive em Maine e sua última participação no cinema foi no filme A Fonder Heart em 2011.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Grease - Nos Tempos da Brilhantina

Grease - Nos Tempos da Brilhantina é um musical dirigido por Randal Kleiser, produzido em 1978. Baseado no livro de Bronte Woodard e considerado sucesso de bilheterias, atingiu a incrível marca de 360 milhões de dólares, e nem mesmo a segunda versão de 1982 conseguiu esse mesmo êxito. Estrelado por John Travolta e Olivia Newton-John, o filme narra o romance de Danny (John Travolta) e Sandy (Olivia Newton-John) durante o verão na Califórnia. Inicialmente, quando os dois se conhecem e se apaixonam, Sandy deixa claro que voltará a Austrália. Após uma mudança nos planos, ela faz sua matricula na mesma escola de Danny sem saber que ele estuda lá. Durante os encontros, a trilha sonora envolvente e a coreografia divertida, transformam um simples filme adolescente num dos maiores musicais de todos os tempos. Enquanto Danny conta vantagem aos seus amigos, do outro lado da história, Sandy apaixonada, diz a suas amigas o quão romântico foi seu encontro.

Embora os dois estejam apaixonados, Danny sente-se envergonhado em expor seus sentimentos perante os amigos, por isso, põe em risco o amor entre eles. Porém, após uma grande transformação de atitudes, tudo muda e as cenas finais encantam. Indicado ao Oscar na categoria de Melhor Canção Original e ao Globo de Ouro em 5 categorias, Grease está na "Lista dos 25 Maiores Musicais Americanos de todos os tempos", segundo a AFI.

Grease - Produção, Curiosidades e Trilha Sonora
Antes de convidar John Travolta e Olivia Newton John, o diretor Randal Kleiser convidou Henry Winkler e Marie Osmond para desempanherem os papeis principais. Enquanto Henry atuava na série Happy Days como Fonzie, ele teve um certo receio ao aceitar a proposta pois tinha medo de ficar famoso por interpretar sempre o mesmo tipo de personagem. Já com Marie foi diferente, ela recusou a proposta após ler o roteiro e descobrir a transformação final da personagem.

Portanto, assim como várias outras produções nem sempre a primeira opção é a que torna a obra um sucesso. Uma curiosidade do filme é que um dos patrocinadores foi a Pepsi Cola porém devido a desencontro de informações algumas cenas continham alusões a concorrente Coca-Cola. Uma das cenas que foram excluídas do filme, foi a sequência na lanchonete onde Rizzo e Kenickie acabam brigando; o diretor entendeu que a cena fugia do que o filme se dispunha a mostrar. O álbum da trilha sonora, lançado em 1978, ficou entre os mais vendidos da época. Composto por: Summer Nights, Look At Me, I'm Sandra Dee, Hopelessly Devoted to You (indicada ao Oscar), You're the One That I Want, We Go Together, entre outras.

Em 2008, o filme foi incluido na lista dos 500 melhores filmes de todos os tempos pela Empire Magazine, e eleito pela Channel 4 o melhor musical numa lista com 100 produções. O filme gerou outras versões e sequências que infelizmente não tiveram a mesma aceitação do público e sucesso como a versão original.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Assim começou o Cinema

Em 1888 Thomas Edison inventou o cinetógrafo, aparelho antecessor das filmadoras utilizadas nas produções cinematográficas. O equipamento registrava as imagens dentro de um caixote de madeira e através de um mecanismo interno essas imagens ganhavam vida e podiam ser visualizadas através de um pequeno orifício no caixote. Essa invenção proporcionou a Thomas Edison, construir o primeiro Estúdio Cinematográfico em 1894, denominando-o "Black Maria". No mesmo ano, a equipe de Edison criou o cinefone, um equipamento que conseguia sincronizar as imagens com o áudio. O cinetógrafo representou um avanço inestimável ao cinema e para quem tiver a curiosidade de conhecer essa maravilha, basta clicar aqui.

(Na foto ao lado: Thomas Edison) Antes de falar do cinefone, é importante ressaltar a criação do fonógrafo por Thomas Edison em 1857. Este foi o primeiro aparelho, com o qual foi possível gravar sons em cilindros de papel, metal ou cera. O primeiro teste foi realizado com o próprio Edison recitando: Mary Had a Little Lamb (Mary Tinha um Carneirinho). Veja como funcionava este aparelho clicando aqui Voltando ao cinefone, foi um equipamento no qual Edison conseguiu captar o áudio através do fonógrafo e sincronizá-lo com as imagens obtidas com o cinetógrafo. O resultado dessa união possibilitou-o a produzir o primeiro filme sonoro em 1913 "Nursery Favorites"

Em 1891, William Kennedy Laurie Dickson, engenheiro chefe da equipe de Thomas Edison, criou o cinetoscópio. Apesar de não ser um projetor de cinema, o instrumento permitia a visualização individual de imagens em movimento. Composta por uma caixa de madeira dentro da qual, alojava-se um complexo sistema de engrenagens por onde corria uma longa tira de película perfurada com imagens sequenciais; um olho mágico no alto da caixa por onde o espectador, através de um perfeito jogo de luzes, visualizava a película tendo a nítida sensação de que as imagens ganhavam movimento. Para que possam ter uma visão mais clara do funcionamento desta invenção, clique aqui.

(Na foto ao lado: William Kennedy Laurie Dickson, engenheiro de Thomas Edison) Este invento possibilitou aos estúdios Edison, a realização de uma série de filmes de curta metragem, inclusive dando origem ao primeiro beijo cinematográfico de que se tem conhecimento. Para conhecer mais sobre estes raros filmes, clique aqui.



(Na foto ao lado, o Black Maria, primeiro estúdio cinematográfico) As invenções de Thomas Edison e seu engenheiro William Dickson abriram as fronteiras para o desenvolvimento e evolução do cinema, muito bem explorados pelos irmãos Lumière. Mas isto é um assunto para uma próxima oportunidade.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Fritz Lang

Nascido Friedrich Anton Christian Lang no dia 5 de dezembro de 1890, Fritz Lang foi um dos diretores mais renomados de todos os tempos. Apelidado pelo British Film Institute de "Master of Darkness", apesar de ter nascido na Áustria, grande parte dos seus trabalhos foram produzidos na Alemanha, na época do expressionismo, e também em Hollywood. Filho de engenheiro civil, decidiu seguir os passos do pai e matriculou-se na Technical University of Vienna, onde permaneceu até 1910. Posteriormente viajou por toda a Europa, África e Ásia e instalou-se em Paris para estudar. Com a Primeira Guerra Mundial, viu-se obrigado a largar tudo para alistar-se ao exército. Durante uma das muitas batalhas que enfrentou perdeu um olho. No hospital, começou a escrever seus primeiros textos para Joe May e em 1918 ele foi dispensado do exército. No mesmo ano apresentou-se no teatro de Viena e foi convidado a fazer parte da produtora de Erich Pommer como redator em Berlim.

(Foto ao lado: Lang e Thea, sua segunda mulher) No início de 1919, Lang dava início a uma carreira brilhante no mundo cinematográfico, em especial, para história do expressionismo alemão. Após muitas viagens, pesquisas e papeis rabiscados, surgia "Halbblut" e "Die Spinnen", embora já tivesse escrito alguns filmes em 1917 e 1918. Antes de casar-se com a escritora Thea von Harbou (vale lembrar que seu primeiro casamento foi com Lisa Rosenthal) produziu Harakiri e Der Müde Tod (A Morte Cansada), considerada uma das obras mais emocionantes de Lang. A partir de 1921, com o auxílio de sua mulher, escreveu o clássico do estilo noir "Dr. Mabuse, der Spieler", que tinha pouco mais de quatro horas em sua versão original.

Dos outros filmes, destaco: "Die Nibelungen", também de quatro horas, baseado num poema épico; "Metropolis", que mostra de forma peculiar a vida dos trabalhadores com as máquinas; e "M", um suspense que envolve o assassinato de crianças, considerado por muitos críticos e até mesmo pelo próprio Fritz Lang, uma das obras mais importantes de toda sua carreira. Seu estilo influenciou diversos diretores tais como: Jacques Rivette, William Friedkin, Alfred Hitchcock, Luis Buñuel e Orson Welles. Em meados da década de 30, Adolf Hitler sugeriu que Lang fizesse filmes ao Partido Nazista, e embora sua mulher tenha concordado, optou por fugir para Paris onde produziu filmes antinazistas e Liliom, sua única produção em francês. Após o divórcio, instalou-se nos EUA e deu início a uma nova fase em sua carreira. Em 1936, quando uniu-se a MGM, dirigiu Fury (Fúria) considerada uma versão americana do suspense "M", estrelado por Spencer Tracy.

Da fase norte americana vale ressaltar também: "You Only Live Once" do gênero noir; Rancho Notorious (O diabo feito mulher) estrelado por Marlene Dietrich; e suas última produções nos EUA: The Big Heat, While the City Sleeps e Beyond a Reasonable Doubt. No final da década de 50, convidado por Artur Braune a refazer o roteiro de The Indian Tomb, retornou a Alemanha. Seu último filme foi Os Mil Olhos do Dr. Mabuse e antes de encerrar a carreira, atuou ao lado de Brigitte Bardot em Le Mepris (1963). Casado com Lily Latté, Fritz Lang faleceu no dia 2 de agosto de 1976 aos 85 anos de idade, deixando ao mundo cinematográfico um acervo enorme, que até hoje serve de inspiração para muitos cineastas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mildred Bailey

Nascida Rinker Mildred no dia 27 de fevereiro de 1907, Mildred Bailey foi uma das mais famosas cantoras de jazz dos anos 30. Filha de violinista, e pianista todas as noites após o jantar, Mildred e seus irmãos reuniam-se para cantar junto aos pais. Quando completou 17 anos de idade, mudou-se para Seattle e passou a trabalhar na FW Woolworth Company. Posteriormente casou-se com Ted Bailey e optou por usar o sobrenome do marido, pois segundo a própria, soava mais americano. O casamento durou pouco. Casou-se pela segunda vez com Benny Stafford que a incentivou a seguir carreira artística; tornando-se cantora de jazz na Costa Oeste. Nessa época conheceu Bing Crosby que a indicou para Paul Whiteman e sua banda, com a qual cantou até o final de 1931. Ao longo desse tempo, desenvolveu o estilo suave de entonar suas canções, mas infelizmente deixou a banda em 1932 devido a divergências financeiras.

Gravou com os Irmãos Dorsey, Benny Goodman's Band e Coleman Hawkins. Em meados dos anos 30, casou-se com Red Norvo, com o qual fez parceria entre 1936 e 1939. Apesar do divórcio, continuaram a gravar juntos até 1945. Sofrendo de diabetes e depressão devido a seu peso, fez algumas gravações após a Segunda Guerra Mundial. Faleceu em 12 de dezembro de 1951 aos 44 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca. Aos interessados, deixo aqui algumas músicas: Me and the Blues, Please Be Kind e When Day Is Done.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Das Cabinet des Dr. Caligari - Elenco

Elsa Wagner nasceu no dia 24 de janeiro de 1881 na Rússia. Atriz conhecida por seu trabalho no cinema alemão, deu início a sua carreira artística em 1916 no filme Das Leid der Liebe. Na década de 20, trabalhou com grandes cineastas, dentre os quais destaco: F.W. Murnau em Satanas e Robert Wiene no filme "O Gabinete do Dr. Caligari", embora não tenha tido os devidos créditos, interpretou a proprietária de uma casa. Com uma filmografia que soma pouco mais de 100 títulos, incluindo séries e participações especiais, Elsa recebeu o Prêmio Honorário pela sua contribuição ao cinema. Sua última aparição aconteceu em 1973, no filme The Pedestrian e dois anos depois, no dia 17 de agosto, veio a falecer aos 94 anos de idade.

Outros Atores: Rudolf Klein-Rogge, Friedrich Fehér, Lil Dagover, Rudolf Lettinger, Hans Lanser-Rudolf, Henri Peters-Arnolds e Ludwig Rex.

A medida em que me aprofundo nas minhas pesquisas sobre o cinema clássico fico cada vez mais fascinada com a qualidade de obras esquecidas no tempo. O filme "O Gabinete do Dr. Caligari" é um desses exemplos, fiquei impressionada com a densidade da história e a forma como o diretor a conduziu. Gostaria que compreendessem que o filme tem suas limitações pela própria estrutura da época em que foi produzido, ainda assim, propiciou momentos de puro entretenimento a quem o assistiu tal como bem diz, o comentário abaixo.


Tsu: Dr.Caligari é um filme sensacional, ouso dizer que é o ápice do expresssionismo alemão. Tudo nele é fantástico, bizarro, perturbador... e as cenas tornaram-se marcos, sendo utilizados posteriormente em diversas obras que variam desde capa de cd de uma banda gótica até um clipe para o filme Rainha dos Condenados.A história real por trás da obra é realmente perturbadora e a obra em si também o é, acho que supera até o Nosferatu pois Caligari possui um apelo real/psicológico com um final totalmente aberto para interpretações. - do blog Empadinha Frita.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Hans Heinrich von Twardowski

Hans Heinrich von Twardowski nasceu no dia 5 de maio de 1898. Ator, cantor e escritor, iniciou sua carreira artística em 1920, ano em que foi convidado a fazer parte do elenco do filme Gerechtigkeit. Robert Wiene, impressionado com o talento do jovem ator, chamou-o para fazer uma breve aparição no clássico "O Gabinete do Dr. Caligari" interpretando Alan, amigo de Francis. Considerado um dos grandes nomes do expressionismo alemão, participou de grandes produções ao lado de renomados diretores, tais como Fritz Lang, em Spione e Cecil B. DeMille em The Crusades. Até o início da década de 30 permaneceu na Alemanha, até atuar em Der Herzog von Reichstadt, seu último filme, quando foi obrigado a fugir do Regime Nazista por ser homossexual. No dia 14 de dezembro de 1930, instalado nos EUA, passou a realizar pequenos trabalhos na televisão, até conhecer Marlene Dietrich, uma de suas melhores amigas.

Antes de estrelar em The Scarlet Empress, devido aos problemas financeiros, viu-se obrigado a pedir um empréstimo a Dietrich, a qual lhe ajudou com uma pequena quantia. No ano seguinte dedicou-se ao teatro, escrevendo, dirigindo e atuando. Naturalizado cidadão norte-americano em 1939, viveu o personagem Albert Stalhelm no filme anti-nazista Hitler - Beast of Berlin e com a Segunda Guerra Mundial, todas as produções seguintes, seguiram a mesma linha. O Capitão Gemmler do Dawn Express, foi considerado um de seus personagens mais famosos, e até o final da década de 40, atuou ao lado de Errol Flynn, Ronald Reagan, Ginger Rogers, Cary Grant, Gene Kelly, Cedric Hardwicke, Loretta Young, Ingrid Bergman, Claude Rains, Humphrey Bogart, Em 1942, atuou num dos maiores clássicos de todos os tempos, ao lado de Conrad Veidt que o acompanhou também em O Gabinete do Dr. Caligari, Casablanca. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, temas direcionados ao nazismo ainda eram frequentes, e foi assim que Twardowski encerrou sua carreira no cinema com Resisting Enemy Interrogation.

Pouco antes de falecer escreveu e produziu algumas peças, dentre as quais destaco uma adaptação do clássico "O Mercador de Veneza" de Shakespeare na St. Felix Street Playhouse, Brooklyn. Em 1952, como participação especial, fez sua última aparição na tv na série Robert Montgomery Presents e veio a falecer, vítima de ataque cardíaco, em 1958, aos 60 anos de idade.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Conrad Veidt

Nascido Hans Walter Konrad Veidt, no dia 22 de janeiro de 1893, com uma filmografia que soma pouco mais de 100 títulos, Conrad Veidt foi um renomado ator alemão, tanto do cinema mudo quanto do cinema falado. Filho de protestantes, aos 21 anos de idade conheceu a também atriz Lucie Mannheim e no início do relacionamento foi chamado para a Primeira Guerra Mundial. Durante a Batalha de Varsóvia, com sintomas de pneumonia foi levado ao hospital e enquanto se recuperava recebeu uma carta de Lucie, a qual dizia sobre um trabalho no teatro. Ainda doente, foi dispensado do Exército, dando assim o primeiro passo rumo a sua carreira artística. Algum tempo depois, após terminar o relacionamento com Lucie, voltou ao Exército, dessa vez para realizar pequenas apresentações aos colegas. Em 1919 foi convidado a fazer parte do elenco em "Uncanny Stories" e "Different from the Others", primeiro filme a falar sobre homossexualidade, no qual ele interpreta um violinista e se apaixona por um de seus alunos.

Mas apenas no ano seguinte faria aquele, que mais tarde, seria considerado um dos seus personagens mais famosos (juntamente com Jaffar e Gwynplaine), o Sonâmbulo Cesare no clássico "O Gabinete do Dr. Caligari" ao lado de Werner Krauss e Lil Dagover. Vindo numa sequência de bons filmes na época em que o cinema mudo estava no auge, em 1928 Conrad deu vida a um dos seus personagens mais biazarros, Gwynplaine, o qual serviu de inspiração para o Coringa do Batman, no filme "O Homem que Ri". No ano seguinte mostrou ao público sua versatilidade ao estrear no cinema falado com Das Land ohne Frauen; porém, em 1933 com a ascensão do Regime Nazista, temendo ser perseguido pela sua religião (judeu) partiu em direção ao Reino Unido. Naturalizado cidadão britânco em 1938, casado com Ilona Prager, atuou em grandes filmes no final da década de trinta e começo da década de 40, tais como The Spy in Black, Nas Sombras da Noite e O Ladrão de Bagdá, no qual protagonizou o personagem Jaffar.

Com o apogeu do cinema falado muitos atores surgiram, ocupando então o lugar dos astros do cinema mudo, entretanto, Conrad mostrou que poderia trabalhar em grandes produções além das quais já havia feito. Em 1942, ao lado de Humphrey Bogart, Ingrid Bergman e Claude Rains, participou de Casablanca, um dos maiores clássicos de todos os tempos, interpretando o general nazista. No dia 3 de abril de 1943, durante uma partida de golfe, teve um infarto e não resistiu, vindo a falecer aos 50 anos de idade.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Werner Krauss

Nascido Johannes Werner Krauss no dia 23 de junho de 1884, Werner Krauss foi um ator alemão que realizou seus trabalhos entre as décadas de 10 e 50. Em 1901 matriculou-se na faculdade, porém, antes de concluir o curso abandonou as aulas para dedicar-se ao teatro. Dois anos depois, marcou sua estreia no Teatro Aachen e em 1913 seu talento foi descoberto pelo diretor Max Reinhardt que o levou para Berlim. Inicialmente desempenhou apenas papeis de pouca expressão. No ano seguinte, participou do filme Die Pagode de Joe May; porém somente a partir de 1916, após ser dispensado do serviço militar, ingressou definitivamente na carreira de ator de cinema. Desempenhando papeis de personagens sinistros, Krauss tornou-se uma celebridade mundial ao interpretar o personagem Dr. Caligari do filme "O Gabinete do Dr. Caligari" do diretor Robert Wiene.

Entre uma filmagem e outra Krauss mantinha-se fluente na participação de peças teatrais com destaque para Othello de William Shakespeare, onde interpretou o personagem título. Suas atuações, inclusive, levaram-no a Londres e Nova York. Na década de 30, foi nomeado "Actor of the State" e classificado como um embaixador cultural da Alemanha Nazista, por Adolf Hitler. Sua versatilidade artística atribuiu-lhe representar simultâneamente os mais variados personagens, principalmente o rabino Rabbi Loew e Sekretar Levy no filme Jud Süss do diretor Veit Harlan, uma verdadeira propaganda anti-semita. Devido ao seu grande talento, após o final da Segunda Guerra Mundial, Krauss foi perdoado e convidado para participar dos festivais de cinema alemães. Curiosamente, faleceu em 1959 em Viena, Áustria praticamente esquecido pelo público que tanto o reverenciou.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Das Cabinet des Dr. Caligari - O Gabinete do Dr. Caligari

O Gabinete do Dr Caligari é um filme alemão dirigido por Robert Wiene em 1920. Considerado um dos principais títulos quando se fala sobre expressionismo alemão, a obra ainda é utilizada para pesquisas e muitas vezes comparada a época sombria da Alemanha Nazista. Segundo Hans Janowitz, um dos escritores, a história surgiu após um de seus muitos passeios por Hamburgo. Enquanto caminhava pelas ruas, sentiu-se atraído por uma jovem mulher e resolveu segui-la; para sua surpresa, ela caminhou em direção a uma pequena barraca onde um hipnotizador fazia seu show. Cansado de tanto esperar, retornou para seus aposentos e adormeceu. No dia seguinte, recebeu a notícia de que a mesma mulher havia sido encontrada morta, e curiosidade à parte, durante o enterro, Hans avistou o homem da barraca. Verdade ou não, com a ajuda de Carl Mayer, que sugeriu o nome Caligari, estava dado o primeiro passo para aquela que seria considerada uma das produções mais influentes de todos os tempos.

O filme começa com dois homens conversando, até que um deles, Francis (Friedrich Fehér), decide contar uma história. O cenário que antes era um local escuro e sinistro, dá espaço para uma região montanhosa e distorcida da Alemanha. Dr. Caligari (Werner Krauss) aparece andando pelas ruas e decide falar com um homem, aquele que era responsável por organizar as apresentações na feira da cidade, dizendo que seu show de sonambulismo poderia concentrar muitas pessoas. Após trata-lo mal, mostrou-se interessado e aceitou a proposta de Caligari; porém naquela noite, o mesmo homem morreu misteriosamente. No grande dia, acompanhado por Cesare, o sonâmbulo (Conrad Veidt), o qual tinha o dom de prever o futuro das pessoas, o Dr. deu início ao seu show.

Atraído pela curiosidade, Alan (Hans Heinrich von Twardowski) resolve perguntar para o sonâmbulo quanto tempo ainda lhe resta para viver, e descobre que tem pouco menos de um dia. Perturbado, caminha pelas ruas sem rumo e misteriosamente, como numa profecia, é encontrado morto no dia seguinte. Francis, desconfiado com a sequência de mortes, decide investigar e suspeita de Caligari e Cesare. Com a polícia envolvida no caso, a próxima vítima é Jane (Lil Dagover), noiva de Francis, porém, Cesare apaixona-se por ela e durante uma perseguição, com a mulher nos braços, acaba morrendo no caminho. Até o desfecho da trama muitas situações são criadas, e para quem assiste até mesmo o final é um grande mistério. Aos interessados, deixo aqui o filme completo.

Produção, filmagens e adaptações - Teria sido premonição ?
As filmagens começaram em 1919 e foram até 1920,ano em que o filme foi lançado na Alemanha. Muitos dos produtores que juntaram-se a Robert Wiene sugeriram que o desfecho fosse menos sinistro, e o final original que dava a ideia de que Caligari e Cesare eram os culpados pelos crimes, foi trocado pela cena onde Francis aparece num manicômio, dando a ideia de que tudo aquilo não passou de sua imaginação. Apesar das mudanças, o filme continua sendo um clássico do expressionismo alemão e nem mesmo as versões que foram feitas ao longo dos anos superaram as expectativas.

Entre as décadas de 30 e 40, a Europa enfrentaria um dos piores momentos da históra, em particular a Alemanha, que na época estava sob o comando de Hitler. Os boatos que surgiram comparando a personalidade de Caligari (e dos meios que utilizava para atrair as pessoas através da hipnose) com a de Hitler, fizeram do filme uma premonição do que viria a ser um verdadeiro holocausto.

domingo, 4 de setembro de 2011

I Love Lucy - Parte Final

Nascida Lucille Désirée Ball no dia 6 de agosto de 1911, a irreverente Lucy foi uma atriz, comediante e modelo que fez muito sucesso no cinema, rádio televisão e teatro principalmente com a série I Love Lucy exibida CBS nas décadas de 50 e 60. Órfã do pai aos três anos de idade, Lucy teve uma infância difícil sendo criada pela mãe e pelos avós. E foi justamente seu avô Fred, um apaixonado por teatro e pela arte que a incentivou a seguir os primeiros passos no mundo artístico. Quatro anos mais tarde, sua mãe casou-se com Edward que era Shriner (uma fraternidade baseada no companheirismo e diversão e princípios maçônicos). E sempre que a Organização precisava de mulheres para compor o coro de seus shows, Edward incentivava Lucy a fazer parte do mesmo. Com isso, Lucy passou a desenvolver seu talento para os palcos. Após estudar na Escola de Arte Dramática de Nova York, passou a trabalhar na Broadway com o nome de Diane Belmont. Posteriormente, mudou-se para Hollywood e estreou no curta Three Stooges (1934).

Em 1938 atuou no filme Room Service ao lado dos Irmãos Marx e dois anos depois e ao lado de Fred Astaire participou de The Marines Fly High. Em 1940 casou-se com Desi Arnaz com quem criou um programa de rádio ("My Favorite Husband") que mais tarde deu origem ao seriado I Love Lucy, e a fundação dos Estúdios Desilu. Mãe de dois filhos, sendo que o primeiro nasceu durante as filmagens da Segunda Temporada da série, Lucy ficou casada até 1960. Depois de encerrar seus trabalhos no seriado, passou a trabalhar no teatro e televisão, até sua morte no dia 18 de abril de 1989. Atriz premiada e homenageada até os dias de hoje pela sua enorme contribuição deixada ao cinema e teatro.

Nascido Alberto Desiderio Arnaz y de Acha III no dia 2 de março de 1917, Desi Arnaz foi um ator, músico e produtor que consagrou-se no mundo artístico após atuar no seriado I Love Lucy, interpretando Ricky. Com a Revolução de 1933, viu-se obrigado a morar em Miami, onde iniciou seus estudos num colégio católico. Em 1939, marcou sua estreia na Broadway e no ano seguinte foi para Hollywood, lugar onde gravou grande parte de seus filmes. Durante a Segunda Guerra Mundial foi chamado para trabalhar no hospital militar e ao retornar dos campos de batalha realizou diversas apresentações com sua orquestra para entreter os soldados. Na década de 50 estrelou ao lado de sua mulher Lucille Ball em I Love Lucy, a qual tornou-se uma das mais famosas séries norte-americanas de todos os tempos. Com o término da produção, deu continuidade em sua carreira artística participando de paródias e programas televisivos já casado com Edith Mack Hirsch. Dono de uma pequena propriedade foi diagnosticado com câncer de pulmão em 1986 e faleceu no mesmo ano, aos 69 anos de idade. Sua contribuição para o cinema rendeu-lhe duas estrelas na Calçada da Fama de Hollywood.

Outros atores: Vivian Vance, William Frawley, Keith Thibodeaux, Kathryn Card, Frank Nelson, Mary Jane Croft, Jerry Hausner, Bob Jellison, Doris Singleton, Shirley Mitchell, Elizabeth Patterson, Richard, Ronald Lee Simmons, Charles Lane, Dick Reeves, Barbara Pepper e Bob Smith.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

I Love Lucy - Parte II

Produção da Série
A partir de 1951 Jess Oppenheirner, Madelyn Davis e Bob Carrol Jr. começaram a escrever para os Estúdios Desilu, cujo os proprietários eram Lucille e Desi; os primeiros capítulos da produção tendo como pano de fundo a série de rádio "My Favorite Husband" estrelado pela própria Lucille Ball; adaptando a história para um programa televisivo. Desi manteve a sua orquestra usando-a em alguns episódios com shows musicais e na trilha sonora do seriado. Inicialmente Lucy e Desi pretendiam manter episódios quinzenais tal qual seu programa de rádio, porém com o contrato de patrocínio assinado com a Phillip Morris, esta exigiu que a produção fosse semanal e gravada em Nova York, entretanto próximo a ter seu primeiro filho, Lucy e Desi decidiram permanecer em Hollywood.

(Na foto ao lado: Jess Oppenheirner, Lucy, Madelyn Davis e Bob Carrol Jr.) A CBS produtora e a própria Phillip Morris a princípio rejeitaram a ideia temendo altos custos e só concordaram quando Lucy e Desi abriram mão de parte de seus lucros. Posteriormente, após várias adequações a série passou a ser gravada nos General Service Studios contando com a presença da plateia. Com isso, criou-se uma reação mais autêntica às cenas cômicas vivenciadas pelos atores. A série também foi pioneira na utilização de três câmeras para a filmagem o que resultou numa qualidade mais nítida das imagens transmitidas. Essa técnica também permitiu que ao longo da Segunda Temporada durante a gravidez de Lucy alguns episódios fossem reprisados resguardando-a do estresse das gravações. A partir de 1953, Desilu Productions contratou um estúdio maior para a filmagem da terceira à sexta temporada. Em 1962 após separar-se de Desi, Lucy comprou partes do Estúdio tornando-se proprietária única do mesmo. Seis anos depois, Lucy vendeu seu Estúdio para os proprietários da Paramount.

Produtos "I Love Lucy"
Na década de 50, durante o auge da série vários produtos foram criados baseados no sucesso da produção; dentre eles, bonecas, decorações, roupas e itens diversos. Ainda na esteira do sucesso, a Dell Comics criou entre 1954 e 1962 uma revista em quadrinhos baseada nos personagens centrais. Ao longo dos anos, foram muitas as homenagens, inclusive com o filme The Long, Long Trailer, que também era baseado na série. No início de 2001, a Columbia House Television lançou uma coletânea em ordem cronológica num DVD especial com todos os episódios.

No próximo domingo, encerrarei a série com mais algumas curiosidades e informações. Continuem acompanhando!

 
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